quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Porteiro... sim ou não?

Para que a alegria do feriado prolongado não acabe em prejuízo e dor de cabeça, a polícia alerta aos moradores de edifícios localizados em bairros da área nobre da capital do Estado quanto aos arrombamentos. Crimes recorrentes, principalmente, em prédios sem muita segurança.Isso mesmo. Segundo Márcio Braga, titular da Divisão de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio, ladrões aproveitam a vulnerabilidade da ocasião para entrar em apartamentos e fazer a "limpa". Um dos bairros bem visados é Jardim da Penha, onde a concentração de condomínios e denúncias de arrombamento cresce a cada dia."Os assaltantes observam a rotina dos moradores e ficam aguardando o momento de invadir. E essa prática acontece, na maioria dos casos, em edifícios onde não há porteiros, ou sistema de vigilância eletrônica, como câmeras e alarmes, por exemplo", explicou o delegado.Braga destaca, ainda, que os veículos nas garagens são os primeiros a serem vigiados pelos arrombadores. "Os assaltantes observam as vagas livres e, dessa forma, ter acesso ao número do apartamento vazio. Dessa forma, eles não correm o risco de serem surpreendidos pelos proprietários durante a prática do crime", destacou Márcio Braga.Com isso, para evitar contratempos e não ter que adiar o passeio com a família, o delegado aconselha aos moradores de edifícios onde não há segurança, a pedir sempre para um vizinho ficar alerta durante os dias em que estiverem fora. "O certo mesmo é economizar com outras coisas e investir em segurança nos edifícios onde moram", finalizou Braga.Só a tecnologia não resolveE cada vez mais as residências e condomínios se parecem com verdadeiras prisões. Cercas elétricas, câmeras de videomonitoramento, porteiros eletrônicos, sensores e alarmes fazem parte do pacote de segurança desejado por muitas pessoas. De acordo com o Sindicato Patronal dos Condomínios do Espírito Santo, nem só a tecnologia resolve o problema. Cuidados básicos como fechar o portão e a portaria já ajudam muito a conter os arrombamentos.O presidente do sindicato Gedaia Freire da Costa alerta que os itens tecnológicos de segurança são essenciais, mas os moradores devem ser mais zelosos com o condomínio, com o vizinho e com ele mesmo. "Não adianta ter câmera, se não tem suporte para a gravação das imagens. A cerca elétrica fica ineficiente quando a pessoa sai do prédio e deixa a porta aberta", falou Gedaia. Outro ponto levantado pelo sindicato é que, segundo as estatísticas, os prédios sem porteiro são os mais visados pelos assaltantes e arrombadores. Este quadro pode ser percebido no bairro Jardim da Penha, em Vitória. Gedaia diz que, por existirem muitos conjuntos residenciais antigos na área, sem a presença do vigia, os prédios ficam muito vulneráveis.
As irmãs Cláudia Regina Gobbi e Carla Patricia Gobbi dizem que aumentou a insegurança
A empresária Carla Patricia Gobbi Martins, 46 anos, moradora de Jardim da Penha, comenta que o sentimento de insegurança é constante. Segundo ela, ter porteiro não é garantia de segurança. "Já vivi algumas situações com e sem a presença do porteiro. Há um tempo, o vigia do meu prédio assassinou o porteiro do condomínio vizinho. Em outra situação, num prédio sem porteiro, o local foi arrombado no dia de réveillon, por volta das 13h. Roubaram o condomínio. Ninguém está seguro".Ela ainda diz que, muitas vezes, por vacilo dos moradores, os bandidos se dão bem. "Tem vizinho que costuma deixar o portão aberto e, por vezes, não se preocupam com pessoas - mal intencionadas - que ficam, à espreita, regulando quem digita a senha no porteiro eletrônico. A segurança depende bastante dos moradores", comenta.Já a irmã de Carla, Cláudia Regina Gobbi, de 48 anos, comenta que as pessoas estão sem segurança com ou sem porteiro. Ela diz que a presença da polícia inibe e constrange o bandido. "Os porteiros podem ser usados como reféns, é perigoso. Acredito que as câmeras de videomonitoramento são eficientes porque registram a cena e comprovam quem foi o assaltante ou arrombador", ressalta.Segundo a sindica do condomínio Savanas, em Jardim da Penha, Terezinha Santos Cardoso, 78 anos, para se sentir mais tranquila, fica 16 horas por dia dentro de casa, com tudo trancado. "Neste condomínio já foram roubadas duas bicicletas. Acredito que deveríamos ter um pouco mais de ronda dos órgãos públicos de segurança", disse.Terezinha pensa que a presença de guardadores de carro, pedintes e andarilhos deixam um ar de insegurança na
Leonardo diz que os assaltos são constantes em Jardim da Penha
área. "Não confio muito nos flanelinhas". O cozinheiro Leonardo Pereira dos Santos, 34 anos, confirmou que os assaltos no bairro são constantes. "Dentro do prédio, o carro da minha vizinha foi arrombado. Não temos muitas alternativas, sem saber o que fazer. Acredito que se fosse cobrado uma cota dos moradores para ter sempre uma ronda seria interessante", salienta.No condomínio da aposentada Zéia Barbosa Milagres, 63 anos, mesmo com poucos apartamentos, ela já pensa em colocar um porteiro eletrônico. "Fizemos uma reforma e, com um gasto de mais de R$ 100 mil, estamos implantando sistemas de segurança no condomínio. Já tivemos carros e o salão de festa do prédio arrombados.Cinco maneiras para ficar mais seguro no condomínio:
- Verifique sempre se a portaria está fechada;
- Espere o portão da garagem fechar por completo;
- Veja se pessoas não estão olhando você digitar a senha no porteiro eletrônico;
- Peça para as empregadas domésticas não informarem a rotina da família a estranhos;
- Cobre sempre que as imagens de videomonitoramento armazenadas.

Fonte: Gazetaonline.com.br 30/09/09 (Rodrigo Rezende e Deborah Hemerly)

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