Os moradores do Edifício Buckingham, nos Jardins, em São Paulo, conhecem bem essa rotina. Nos últimos dez anos, houve três tentativas de invasão no edifício, segundo o zelador Joel Burlamaqui. As três foram evitadas pela desconfiança do porteiro, que se sentiu seguro em aplicar a regra seguida por todos.
“Nós investimos muito em segurança, mas, mais do que isso, em treinamento. Nossos funcionários são nossos, não são terceirizados. E eles fazem cursos de reciclagem de segurança a cada seis meses”, conta Burlamaqui.
Na última tentativa de arrastão, os assaltantes clonaram o carro de um dos moradores e tentaram entrar. O porteiro, no entanto, desconfiou do horário, diferente daquele em que o dono do veículo normalmente chegava em casa. “Ele também viu, pelo vulto, que tinha quatro pessoas dentro do carro”, conta o zelador.
O funcionário prendeu o carro na “gaiola” entre o portão principal e o que de fato dá entrada ao edifício. “Ele perguntou quem era, o cara disse que era o novo motorista. Ele pediu nome, RG, disse que ia falar com o morador. Daí eles ficaram nervosos, deram marcha ré no portão e fugiram”, conta.
As outras duas tentativas envolveram mulheres. Na primeira, uma grávida fingiu um mal estar e um homem bem vestido que a acompanhava pediu para entrar para usar o telefone. O porteiro disse que faria a ligação por eles. A dupla insistiu e o funcionário disse que tinha chamado a polícia para ajudar a grávida. Os dois fugiram. “O delegado viu a gravação e disse que estava atrás dos dois fazia tempo”, diz Burlamaqui.
Na terceira vez, uma mulher loira e uma morena disseram que tinham uma entrevista com um morador do prédio, mas desistiram após a insistência do porteiro em pedir dados pessoais.
A experiência de sucesso do edifício só foi possível porque os moradores aprenderam a obedecer as regras comuns, acredita Burlamaqui.
“Eles sabem que têm que avisar quando vão receber visitas e orientam seus visitantes a colaborar com a segurança”, afirma. “Aí a gente não fica na dúvida quando alguma coisa acontece fora do esperado.”
FONTE: website G1.com.br
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